quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Heróis com fumo

Os heróis e heroínas do fumo podem ser quem nós quisermos e podem estar até onde conseguirmos ir na nossa imaginação e abrangência de recordações.

Na minha infância o Lucky Luke, desenho animado, cowboy solitário pertencente ao grupo dos bons. Era ele contra todos, e ele vencia. Era mais rápido que a própria sombra. Fumante.

Recordo ainda aqueles galãs de cinema. Aqueles que ficavam com as miúdas mais giras, que eram os mais fortes e que derrotavam os maus. Fumantes. Todos.

Na adolescência, recordo os músicos. Aqueles que ouvia... Fumantes. Nirvana, The Doors, Xutos, Jorge Palma, e por aí fora.
Recordo ainda aqueles que admirava, aqueles que eram as personalidades reconhecidas na escola, o que faziam e o impacto que isso trazia a quem os rodeava e a quem os via...Fumantes.
Penso ainda no tempo em que já era um deles. Fumante.

Desde sempre as figuras familiares de referência... não só pais, mas tias e tios. Gente que importa, gente que se importa. A minha gente! Fumantes.

Heróis....Heroínas
Fumantes!

4 comentários:

Anónimo disse...

este teu blog tem qualquer coisa de prazer proibido, sem dúvida... fica-me sempre aquela sensação de que as tuas e as minhas filhas podem vir descobrir isto e depois temos de andar com as miúdas anos e anos em sessões anti-tabágicas a ver se não se devotam definitivamente a tanto prazer, eheh!

em simultâneo, penso nas muitas mulheres (mais do que homens), que foram e são referência na minha vida e que fumam, como dizes. Não são mais referência por isso, é certo, mas das longas conversas noite fora fica-me muitas vezes as imagens dos olhos pequeninos e brilhantes do sono e da descoberta, tanto como aquela nuvem semi-transparente que leva com ela tantos encontros...

catizzz disse...

Meu heroi fumante... O meu pai, sem dúvida. Lembro-me de ficar hipnotizada ao observá-lo, sentado no sofá, contando histórias enquanto fumava, no seu gesticular tranquilo, o cigarro a bailar-lhe nos dedos, o fumo a subir, a fazer desenhos no ar. Talvez por isso sempre gostei do cheiro dos cigarros, do fumo. Talvez por isso tenha começado a fumar muito cedo. Que saudades! Do meu pai e do tempo em que fumar era um mal como tantos outros, ainda livre da paranóia actual...

Anónimo disse...

catz, fiquei agora com uma dúvida cruel que o teu comentário me provocou... lembrei-me das muitas imagens da minha infância em que as pessoas fumavam tranquilas no sofá enquanto nós, as crianças, saltávamos entre os seus colos e as bricadeiras com os outros putos... e fiquei a pensar que quase sempre vou fumar prá janela da cozinha quando estou sozinha com as miúdas... nada de mamã relaxadíssima no sofá, sem complexos de culpa... ai, está decidido, vou deixar de vir a este blog do demóóóónioooo!

La Payita disse...

Quando li este post a primeira vez, achei-o tão bonito, que não me ocorreu dizer absolutamente nada. Não quero com isto dizer que não ache os outros bonitos... Mas este achei-o completo! Escrever o quê? Não vou acrescentar nada! E deixei-me estar...

Mas hoje e a propósito de outras coisas, as voltas que o pensamento dá!, lembrei-me de uma personagem da vida real, que admiro e respeito. Que conheço por via da minha vida profissional. Fumador.

Quem tem como lema "É proibido proibir!" Que cometeu a proeza de conseguir que um certo Museu abrisse uma excepção e lhe permitisse fumar lá dentro, durante um debate.

Quando tenho reuniões com esta pessoa, do género masculino, e me pergunta em que sítio reunimos.... Respondo sem hesitar: "Aí!!". As únicas reuniões onde ainda se pode fumar, sem medos!

Besitos, LP.