quinta-feira, 25 de junho de 2009

Em “passinhos de lã”

Estive dois dias num colóquio….
Um colóquio sobre comportamentos de risco na adolescência.

Sempre me fez muita confusão a forma como algumas pessoas categorizam os comportamentos de risco. A maneira como encaram o comportamento de risco um caminho que inevitavelmente conduz à delinquência.
Afinal o que é risco e o que não é? Não será a adolescência uma fase em que o risco é não correr riscos? Que risco é não viver na corda bamba?

Qual é o risco que se corre em cumprir sempre as regras? Em aceitar tudo o que nos impõem?
Considero que é pouco saudável não dar chatices aos pais e professores… um adolescente que não esteja zangado com os pais, não está a dar o salto para a autonomia, para a conquista da sua liberdade, para a aceitação de si enquanto pessoa.

As regras são feitas também para as transgredir…

A regra de não fazer fumo na escola traz algumas consequências que também foram debatidas no colóquio e que me levam a escrever este post.
As escolas estão mais saudáveis e mais libertas de fumo, o ar mais respirável e os intervalos mais habitáveis. Parece é que chegam agora à conclusão que ter professores, alunos e auxiliares a fumar ao portão da escola não é de grande utilidade…
Como se consegue perceber, por exemplo, que há gente a traficar ao portão da escola se esta lá tudo misturado? Como se conseguem perceber os pequenos furtos e os carteiristas com aquela gente toda a fumar fora da escola? Será que a solução é fazer dentro da escola uma zona de fumadores?

Bem… isso seria igualmente separatista, mas é com pequenos passos que as grandes batalhas se ganham.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Nem Morto!


Alertado para este cartaz por uma caminhante fiel nesta marcha de promoção do Fumo, não posso deixar de lhe dedicar algumas palavras de sabedoria, já habituais neste espaço. E aconselho a que leiam e apreciem o excelente comentário da La payita no http://ogalodebarcelosaopoder.blogspot.com/2009/06/non-smoking-area.html.

1.º Mais uma prova em como os não fumantes, nem mortos, nos deixam em paz e que não têm mais nada para melhor lhes alimentar a alma, que não “picar os miolos” aos/às fumantes.

2.º A imagem não me parece muito esclarecedora em termos de se tratar, ou não, de uma área de não fumadores… Porquê? Porque não há nada que me indique que naquela zona de cruzes têm morada permanente um conjunto de ex-fumadores/as.

3.º Mesmo que todos/as os/as que ali estiverem forem ex-fumadores/as não é certo que seja uma zona sem fumo…as almas, como todos/as sabemos/as, não são possíveis de fotografar e, certamente, se o fossem estariam cobertas do doce aroma do fumo.

4.º Os cemitérios, pelo que sei, continuam a ser ao ar livre. Portanto, continuam a ser zonas de franco potencial para os/as fumadores/as (sem que estejam a entrar em incumprimento desta maravilhosa lei).

5.º Argumento essencial é que um/a fumador/a é sempre alguém de bem. Alguém que pratica o bem. Alguém que propaga e potencia o bem. Alguém que dissemina coisas boas e, por isso, tem lugar certinho no Céu. Ao ter lugar no Céu, não estaria ali debaixo daquela erva verde (ainda por cima sem estar sequinha - porque se o estivesse ainda podia ser fumada – e com aquele ar tão saudável que mete nojo), estaria isso sim na zona vip do Céu com vista directa para o Inferno para poder fazer fumo sempre que se quisesse.

6.º Imaginemos o mítico cemitério de Père-Lachaise, a mítica campa do mítico Jim Morrison… acham que é mesmo livre de fumo???

Só dá para dizer: “ Nem morto!!!”