sábado, 3 de janeiro de 2009

Anúncios Proibidos


Acham que impedir a publicidade ao tabaco, diminuiu o número de fumadores? Ou, pelo contrário, fez com que todos achassem que fumar era fixe? Um acto de rebeldia.

Se pararmos para pensar na maioria dos fumantes e no inicio da sua carreira de fumante, sabemos que o seu início remonta à adolescência. Adolescência que se caracteriza (também) por ser uma fase de oposição à norma implementada, por ser contra o politicamente correcto, por ser uma época de choque de gerações, altura em que não se é criança nem adulto, mas quer-se ser adulto e, por isso, decidir sozinho nem que seja à força.

Não terá vindo, a proibição de publicitar o tabaco, aumentar a "sede" de o fazer?

Se tivessem permitido a continuidade destes anúncios, seria a banalização do tabaco. E assim que graça teria? Imaginem que proibiam os anúncios aos cartões e a bancos de crédito como a Cetelem, a Credifin ou a Cofidis. Não será isso também prejudicial à saúde dos portugueses e portuguesas? Mas não seria esse impedimento que iria aumentar as Donas Brancas?

Não sei se a analogia vos faz sentido... mas divirtam-se com os anúncios.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Distracção...e então?

Cheguei agora do café.
Algumas pessoas já me tinham perguntado se tinha deixado de ser “fumante” e se já era um dos “outros”. A pergunta deixou-me contente, porque é sinal que o meu blog já fazia parte das suas rotinas na blogosfera.
É verdade que tenho estado ausente e por isso me desculpo com a minha impaciência e pouca vontade de passar à escrita o que me vai na mente.

Há, no entanto, algumas razões enormes para que isso aconteça hoje.
Faz agora um ano que um senhor importante (que não era o senhor do bolo mas podia ser), o presidente da ASAE, estava a fumar o seu belo cigarrinho no casino. Convenhamos… um senhor com aquela importância… logo no primeiro dia da lei…apanhado… no casino… a fumar… uma vergonha!!! Um senhor que devia ser o exemplo e ter deixado de fumar.
Deixem-se de histórias! O senhor fumava enquanto jogava, o que significa um dois em um espectacular. Não só fuma, como joga. Incrível. É um fumante jogante.
Não só o senhor tem todo o direito de fumar, como todos nós devíamos ter. Devia ser garantido que os pequenos cafés de bairro tivessem a mesma oportunidade do casino de poder adaptar a sua casa a fumantes e aos “outros”. Mas não têm! Afinal o casino, que é um sítio digno, sem vícios, sem maus hábitos, é uma casa que gera muito capital… para alguns. Certo? Os pequenos que se resolvam: ou é para fumantes ou para os “outros”, mas se for para fumantes, toca de instalar um exaustor de 5000 €, que isto tem de se chupar bem aqueles que vivem das 30 bicas do dia e que são pagas pelos vizinhos de cima e pelos amigos e conhecidos.
Esta é a primeira razão do meu regresso. Dar os parabéns a esta maravilhosa lei que veio libertar o país dos fumos.

A segunda é porque cheguei agora do café e aconteceu algo que não acontecia há cerca de um ano. A seguir de beber o meu cafezito, e em amena cavaqueira com a proprietária, sem dar por isso acendi um cigarro. Acendi e continuei a falar com ela. Falando e fumando. De repente, a empregada diz “Olha lá, não está aí qualquer coisa a mais?” Fiquei estupefacto a olhar para a proprietária e ela para mim. Caí na realidade e saí do café num passo apressado, quase fugitivo. No caminho a pé para casa pus-me a pensar no que aconteceu e fiquei irritado comigo. Mas porque saí daquela maneira do café? Quase como se tivesse batido em alguém ou insultado todas as pessoas lá presentes? Eu apenas acendi um cigarro… inconscientemente… nem a proprietária reparou. É triste. Fiquei com vontade de voltar atrás e sentar-me numa cadeira a fumar o belo do cigarrinho, pedir o cinzeiro e olhar para toda a gente como se fossem eles os foras-da-lei.

A terceira razão foi ter contado isto em primeira-mão a uma das fumantes e ela me ter inspirado e incentivado a reanimar este espaço. A ver vamos se terei capacidade para o manter activo. Por enquanto cá fica o regresso.